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Entrevista: Carlo Dall Anese

Um papo com um dos maiores nomes da dance music nacional

  • Mixmag Brazil Staff
  • 15 August 2015

Desde os 'early days', quando adorava mexer nos toca-discos do irmão, Carlo Dall Anese percorreu uma longa estrada até o sucesso.

Das primeiras residências aos dias de hoje, conheça a trajetória de um dos principais nomes da música eletrônica nacional.

A Mixmag bateu um bom papo com Carlo Dall Anese e, em meio a uma agenda bombada de shows, ele falou sobre o começo, dos tempos de residência no Sirena Beach Club, produção musical e a EDM.

1 Early days

Como foi o começo?

Eu tinha 15 anos, meu pai tinha acabado de falecer, meu irmão já era DJ - isso há quase 26 anos atrás - e eu comecei a ficar fascinado por aquilo, aquela coisa de mexer nos toda-discos (na época eram os Polyvox).

Eu gostava demais disso, os olhos brilhavam. Nessa época comecei a treinar muito nos toca-discos dele, brigávamos pra caramba pois ele não gostava que eu mexesse no equipamento.

Eu me lembro que ele comprou na época os MK2, os Technics, e deixou os toca-discos velhos pra mim. Foi quase uma glória e eu treinava e treinava sem parar, e no club que meu irmão trabalhava precisavam de um DJ pra tocar no natal e reveillon porque nenhum dos residentes queria fazer, e eu consegui emprego nesse club.

Era para tocar no natal e reveillon e na verdade nem era um club, era uma casa de samba onde no intervalo tocavam música eletrônica - o 'som mecânico', como chamavam na época.

Esse foi o meu começo, com a força de meu irmão, que se chama Cláudio e que até hoje é super orgulhoso e fica feliz com tudo isso, me dá a maior força e é meu parceiro. Ele seguiu outro caminho e hoje é professor e doutor em matemática. Foi bem legal essa época!

E os tempos de residência no Sirena? Essa residência ajudou em que na sua carreira?

Na verdade foi uma temporada super longa, foram 10 anos de Sirena e isso foi crucial para chegar onde eu cheguei, sou sempre muito grato ao club pela oportunidade que tive lá. Acho tambem que tive muita serenidade para segurar a barra, pois não foi fácil.

No começo ganhava muito pouco, era praticamente uma ajuda de custo e me lembro que o salário por noite não pagava um tanque de gasolina que eu gastava pra ir e voltar de Maresias. Não foi fácil mas foi um club que, acima de tudo, me permitiu testar, imprimir, impor uma tendênca musical que na época foi muito significativa.

Já faz uns 15 anos isso e o Sirena realmente foi muito pioneiro nessa coisa de música eletrônica. Foi uma virada.

Me lembro de quando o Marcos Campos me chamou, através do Felipe Venâncio, que me arrumou, quase que sem querer, um trabalho lá - sou sempre muito grato a ele. Foi uma proposta tipo pra parar de tocar outras coisas que tocavam na época, rockinho e afins, para tocar só música eletrônica.

Foi um ponto crucial, não tenho dúvida nenhuma de que o Sirena mudou a cena eletrônica brasileira e sou muito feliz por ter sido parte disso tambem, de todo esse processo.

A importância foi crucial, quando a gente produziu e fez 'Monday', o Sirena foi uma plataforma de lançamento incrível, então posso dizer que fez toda a diferença em minha carreira sim.

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