Ellen Allien: um rolê na cidade onde tudo começou...
Perambulando em Berlin
Depois do Tresor, fomos comprar discos: primeiro no Space
Hall, uma loja espaçosa com seleção absurda de techno antigo e novo
(entre outros gêneros), onde Ellen rapidamente pega algumas músicas e
conversa com o proprietário sobre fazer alí uma de suas festas Vinylism,
só com vinil; depois na lendária Hard Wax, onde nos esbarramos com o
residente do Berlin Matt ‘Radio Slave’ Edwards com a família – e vários
abraços - e Ellen procura mais discos.
Ao contrário de muitos alemães de Berlim originais e expatriados, famosos por terem atraído o fluxo de gente que não é de língua alemã e sua propensão para café artesanal e o aumento dos aluguéis, Ellen é otimista em relação ao internacionalismo crescente da cidade.
“Aqui mudou tanto, mas para ser sincera, está muito melhor do que antes.
Naquela época, sempre eram as mesmas pessoas, e era chato.
O techno realmente morreu aqui durante um tempo. Não foi legal depois que Love Parade o transformou em mainstream, e foram os turistas que tornaram a coisa interessante novamente.
Eles tornaram a
cena forte de novo e continuam a fazê-lo, estabelecendo seus labels e
clubs aqui, contribuindo para o espírito das festas.“
Curiosamente, uma das coisas que realmente não mudou em Berlim, apesar dos 30 anos de música urbana progressiva e da proliferação de clubs e bares menores, é que o house e o techno ainda lideram.
É possível ouvir
dubstep, grime, drum ‘n’ bass e hip hop em vários lugares da cidade, mas
os principais clubs - Tresor, Watergate, Weekend, Kater Blau, Villa
Renate, Sisiphos, Ipse - ainda mantém a estética four-to-the-floor.
Como o último disco de Ellen, “Nost” (uma abreviatura de nostalgia), uma coleção de bangers de clubs que está muito longe de seu último álbum (“LISm” experimental de 2013, produzido para o Centro Pompidou de Paris) - ou na verdade muito de sua produção de longa duração na última década, incluindo a celebrada ‘Orchestra of Bubbles’ de 2006 com Apparat, que foi bastante exagerado em comparação com sua primeira leva de álbuns com tema Berlim (‘Stadtkind’ e ‘Berlinette’).
Na verdade, ‘Nost’ é o álbum mais techno até hoje.