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Entrevista: DJ Sharam

Trocando idéias com o icônico DJ

  • Mixmag Brazil Staff
  • 14 August 2015

As barreiras caíram. Chegaram profundos, fortes e psicodélicos, disco house americano impossível de se resistir, com ginga, groovy, e vieram para resgatar o meio campo.

O ano foi 1994. Voei de Londres para Nova Iorque para escrever um artigo para Mixmag UK sobre um som novo que vinha daquela cidade, um som que começava dominar as pistas mais inovadoras e cool, do Reino Unido e Estados Unidos.

Este som - hipnótico e rítmico, melódico e sexy - chamava a atenção de vários tipos de DJ: de techno, de house, de balada. Era um som genial, existia além de gêneros. Nem comercial, nem underground, algo alem disso, voando solo num groove único.

Atrás desse som de 1994 houveram os DJs e produtores Nova-Iorquinos Danny Tenaglia e Junior Vasquez – na época, rei da balada underground The Sound Factory – e a gravadora independente Tribal Records.

O dono, Rob di Stefano, sugeriu quando cheguei em NYC que seria bom incluir uma dupla nova na matéria, uns artistas que tambem brincavam e exploravam com esse som. Dois jovens iranianos-americanos, de Washington DC, chamados Deep Dish: Sharam Tayebi, e Ali 'Dubfire' Shirazinia.

E essas palavras minhas, escritas para uma matéria 20 anos atrás, e que foram resgatadas dos arquivos de Mixmag, talvez poderiam servir para descrever os sons do Deep Dish, então e até hoje.

"Tive essa coisa de tocar música em uma idade muita jovem", disse Sharam. Falou por Skype numa tarde de agosto, na frente do console do seu estúdio em Washington. "Tocava música para outras pessoas, descobria música nova, isso me motivava."

20 anos depois, assim como Dubfire, ele continua sendo um dos DJs mais interessantes, bem-sucedidos e respeitados no mundo. Como DJ, como produtor, o som dele desenvolveu com o tempo. Mas continua interessante e inquieto: as vezes óbvio, as vezes mais obscuro, as vezes entrelinhas.

"Pessoas insistem em tentar me colocar numa caixa. Por causa da minha filosofia de ter cabeça aberta nas minhas escolhas musicais", disse Sharam, com uma certa frustração. "Sou comercial demais para o underground, e sou underground demais para os comerciais."

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