Entrevista: Digitaria
Sucesso internacional made in Brazil
O Digitaria, duo nacional formado por Daniela Caldellas e Daniel Albinati, já tem mais de uma década de estrada.
Nome brasileiro de expressão na cena eletrônica internacional, o Digitaria vem girando o mundo tocando em lugares como o icônico DC-10 Ibiza, no festival Lollapalooza e festas como o after do Tomorrowland e Mixmag Sessions no Terraza club, em Floripa.
A dupla fez uma auto-entrevista para a Mixmag direto da Europa. Daniela = DC, Daniel = DA.
DC: Hoje a informação corre em uma velocidade absurda e músicas rapidamente se tornam descartáveis. Você tem expectativa que isso seja diferente com o novo álbum?
DA: Espero que sim. Nunca fui muito fã da velocidade e da descartabilidade do mundo da dance music.
Acho terrível quando alguém fala "não toco mais essa música, ela já tem dois meses, está velha". Eu gosto de música dos anos 70, 80, 90... Gosto de música velha e nova.
Acho que sempre vão existir as pessoas que querem consumir rapidamente o que está na moda e as pessoas que escutam música como arte, para se emocionarem. Só esse segundo grupo me interessa.
D.C: Se vc tivesse que ficar toda eternidade escutando um álbum em loop, qual escolheria e porque?
O CD do Cid Moreira recitando a Bíblia. Se é pra sofrer, vamos sofrer direito.
D.C: Voce esteve recentemente no Tomorrowland fazendo o afterparty oficial do evento. O que acha que difere um festival dessa magnitude do Woodstock nos anos 60?
São coisas diferentes. O Woodstock era uma coisa anti-establishment, de contracultura, um momento de novas descobertas e formas de ver o mundo.
O Tomorrowland é um festival de dance music, que é um estilo totalmente pop e assimilado hoje. Acho que a música eletrônica, desde o final dos anos 90, virou música pop.
É música para as massas. Não sou daqueles que pregam que o underground é a única salvação e que o legal é tocar num porão para 12 pessoas.
Acho que quanto mais gente curtindo a sua música, melhor. Que venham mais e mais Tomorrowlands.