André Gazolla fala sobre momento atual e futuros projetos
Conquistas, quarentena, novo álbum e mais!
Infelizmente, boa parte disso foi colocado em pausa atualmente. De que maneira o cenário de pandemia afetou André Gazolla como pessoa e como artista? Como tem sido esse período pra você?
Devo admitir que não foi e não está sendo fácil.
No começo eu não acreditava, não caia a ficha que eu ia ter que parar de tocar por um longo período, que ia ter que ficar de quarentena... eu nunca fui muito de ficar o dia todo em casa, toda minha fonte de renda vinha da música, foi um choque.
Quando começou eu estava em Londres, era minha primeira tour na Europa, as festas e clubs começaram a fechar, todo mundo estava com medo, tive que voltar para o Brasil antes de fecharem as fronteiras, levou um tempo para aceitar essa condição.
Depois comecei a pensar que talvez isso esteja acontecendo por um motivo maior, talvez a humanidade precise aprender alguma coisa, a valorizar mais o que tem, a pensar mais no coletivo…
Minha criatividade para fazer música foi voltando aos poucos, agora eu tô me preparando como pessoa e artista para essa nova era que estar por vir, eu sei que nada mais vai ser como antes, mas tenho esperanças que depois que tudo isso passar, tudo vai ser melhor.
Hoje sua rotina já está mais equilibrada? Sobre projetos de estúdio, no que você tem se dedicado? Soubemos que tem um álbum vindo por aí…
Produzir sempre foi meu refúgio, minha válvula de escape... tenho feito muita música, acredito que tenho mais de 30 que não foram lançadas ainda, estou trabalhando em um álbum com meus amigos do The Muhammads, sem pressa ou cobrança, vai ser meu quarto disco, estamos caprichando!
Também estou preparando um curso para venda online, bem didático e acessível a todos, eu sempre dei curso particular de produção, mas dessa vez vou fazer algo que possa ser ainda mais amplo para qualquer produtor.
E você tem bastante esse lado mais “humano” da coisa, de transmitir a sua energia, colocar sentimento naquilo que faz… iremos sentir isso nos seus próximos lançamentos? O que tem te inspirado nessas criações?
Para mim música é sentimento, arte é sentimento, temos que colocar nosso lado humano na nossa arte, é isso que vai tocar a outra pessoa.
A música pode ser triste, feliz, séria, melancólica, tudo depende do nosso estado emocional e criativo, por isso eu tento sempre estar em equilíbrio antes de criar e é isso que eu to buscando no momento, equilíbrio, para transmitir isso às pessoas, fazer elas sentir o que eu sinto, fazer elas dançarem e esquecer todo resto naquele momento.
É isso que eu to tentando buscar nas minhas produções, a vida me inspira, os pequenos gestos, o céu, as estrelas, a natureza, se você notar tudo ao seu redor de uma forma intensa no presente, vai perceber que temos uma inesgotável fonte de inspiração por toda parte, a vida.
Quando a quarentena passar e esse certo marasmo na indústria do entretenimento deixar de ser uma realidade, qual será a primeira coisa que você irá fazer? Obrigado!
Eu sinto muita falta de tocar, com certeza vou apresentar uma nova versão do meu lado artista, vou dar 200% de mim em cada apresentação, mas antes de tudo isso quero poder dançar livremente em alguma festa com todos os amigos que eu gosto, sem se preocupar… ô saudades disso!
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