Entrevista: Anders Trentemøller

"As pessoas reclamam no Facebook que meu último álbum 'Into The Great Wide Yonder' não era o que eles esperavam, mas quem é que quer permanecer igual? Meu som não é o mesmo que eu fazia cinco ou seis anos atrás porque minha vida muda e eu evoluo", diz Anders num papo antes da DJ Lab session.

Trentemøller lançou seu terceiro álbum e pode assustar mais uma vez. 'Lost' desliza pela melancolia country e linhas de baixo penetrantes com notável facilidade, e conta com colaboradores pouco prováveis, entre eles Johnny Pierce, vocalista da banda nova-iorquina de surf rock The Drums, e os alicerces do rock alternativo, a banda Low.

Apesar de soar diferente de seus primeiros trabalhos pelo label Poker Flat de Steve Bug, que anunciou Anders como um dos principais novos talentos do techno, 'Lost' é Trentemøller por excelência, cheio de eletrônica barulhenta e basslines sinistros.

"Os cantores convidados podem parecer estranhos para alguns, mas as próprias melodias os escolheram", clarifica Anders. "Quase todo mundo que eu pedi fez – menos Nick Cave, cujo manager não me respondeu".

Desde o começo, Trentemøller – que, do alto de seus 1,90m e vestido de jeans escuros, não é tao diferente assim do próprio Nick Cave – estava entusiasmado com influências como The Jesus And Mary Chain, Velvet Underground e do trabalho de David Lynch, influências que eram aparentes desde o início, mas não fazem mais sentido por sua contínua evolução.